O medo de decidir e suas raízes
Tomar uma decisão é simples: é só decidir e pronto. Duro é mantê-la. Quando a decisão é vestir esta ou aquela roupa, comprar este ou aquele sapato, está tudo bem.
Porém, isso se torna complexo quando a decisão passa a ser: qual curso fazer, qual carreira abraçar, namorar, noivar, casar, montar ou não um negócio próprio, qual negócio montar… Enfim, o dia “D” chega e é preciso dizer sim ou não.
Por que as pessoas têm medo de tomar decisões?
Decidir é uma habilidade humana que podemos desenvolver com treinamento. Durante a infância, foram introduzidas em nosso cérebro, linguisticamente, informações como:
– Isto você não pode! Isto não é para você! Isto é complicado! Fique no seu lugar. Não diga isto! Cale a boca!
– Você não sabe nada da vida! Já lhe falei, isto é complicado! Deixe de ser teimoso! Você não vai conseguir! Você não é capaz! Isso é perigoso! Cuidado, isso também é muito perigoso!
Foram tantos “nãos”, “complicado”, “perigoso”, “cuidado” que o nosso subconsciente acabou gravando estas palavras assassinas da criatividade e da auto-iniciativa.
Foram pessoas que, por amor e ânsia de nos ajudar, acabaram nos prejudicando de forma inconsciente. A ignorância em neurolinguística e psicologia infantil nos transformou em grandes indecisos e medrosos.
Reprogramando a mente para decidir com segurança
Hoje, temos tecnologia e tratamentos eficazes para desgravar e substituir esses comandos por:
– Você pode! Você é capaz! Você é corajoso! Vá em frente! Você vai conseguir! Você é o maior milagre do Universo!
Para tomar uma boa decisão, são necessárias três premissas básicas: ciência, consciência e segurança.
- Ciência é o conhecimento objetivo do fato ou ação, objeto da decisão.
- Consciência é o conhecimento subjetivo, interno e externo, observando a relação de causa e efeito projetados no tempo e nas áreas de congruência com a decisão.
- Segurança é a sensação de vantagem ou benefício que sentimos por tomar esta ou aquela decisão, naquele momento.
O que é risco? O que é perigo?
Na hora de tomar a decisão de montar nosso próprio negócio, nossa memória é automaticamente consultada para sabermos acerca de nossas habilidades, crenças, valores e grau de risco.
Mas por falar em risco, o que é risco para a maior parte da população mundial?
Risco é sinônimo de perigo! Certo?!
Não, errado! Risco é algo calculável, previsível e mensurável matematicamente, uma possibilidade de perigo.
Perigo é uma circunstância que prenuncia ou antecede um mal para alguém. Exemplo: dirigir um automóvel a 80 km/h, nas estradas brasileiras, é um risco. Mas dirigi-lo a 150 km/h é um perigo.
As vozes do medo e da insegurança
Quando fui montar meu primeiro negócio, resolvi consultar alguns parentes e amigos. Sabe o que ouvi?
– Olha… pensa bem… Você já pensou, se não der certo… Sei não, mas se fosse você, eu ficava onde está… Cuidado, isto é muito perigoso.
– Eu conheço um caso igualzinho ao seu, deu tudo errado e o Fulano de Tal perdeu tudo e se arrebentou todo.
Muitos seres humanos são fracassados. Vivem conformados, como podem e não como querem. Muitos têm seu subconsciente impregnado de gravações pessimistas e negativas desde a infância.
Raramente você encontrará pessoas que lhe dirão:
– Vai em frente! Você pode! Você consegue!
Por Flávio Gentefeliz em Como Empreender Sem Capital, 1995.
